quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A tesoura do desejo

Cortar o cabelo é praticamente um ato ritualístico, não é mesmo?

Cortamos o cabelo quando passamos no vestibular, quando nos preparamos para uma cerimonia ou encontro importante, quando decidimos mudar de vida, atitude, emprego, profissão, estado civil ou namorado.
Cortamos na Lua Cheia, na Lua Crescente, cortamos com tesoura ou com navalhas, de corpo para baixo, de pé ou sentada. Simplesmente, ou nesse caso o melhor seria dizer: com toda a complexidade do ato: Cortamos!

Lembro que quando pequena eu chorava para não cortar o cabelo. Depois, chorava para que minha mãe deixasse eu crescer a franja e tornar meu visual menininha em um fio reto das meninas capas da Capricho, como Luana Piovani.
Já não choro pelo meu cabelo há muito tempo (ainda bem). Infelizmente, devo essa façanha à uma política concervadora em relação o tamanho e tipo do corte.
As minha três últimas mudanças significativas (talvez as únicas que tenha feito) foram:

1- Chanel aos 17 (minha cabeça parecia um cogumelo, fase terrível)
2- Pontas vermelhas dos 18 aos 19 (promessa do vestibular que terminou no dia que consegui meu segundo estágio)
3- Volta da franja aos 21/22

De lá pra cá pouco mudou. Desfio mais, desfio menos, mas nada de muito diferente.

Sou uma menina avessa a salão, corto uma ou duas vezes por ano e vou eu mesma fazendo minha franja. Não penteio o cabelo, a não ser pelo fato de passar os dedos depois de lavar.

Morro de vontade de ter um chanel mas... Já que definitivamente não sou daquelas que vive na chapinha e escova, e Cogumelo outra vez me faz repensar muitas vezes.

Bom, todo esse prologo é para dizer que: hoje cortei o cabelo.

Quem me conhece provavelmente nem vai notar a diferença nos fios, mas certamente provoca uma grande diferença no humor. Eu, pessoalmente, já tinha esquecido desse efeito mágico de sentir-se melhor, mais bonita e mais leve simplesmente por ter aparado as pontas.
Um brinde a essa nova fase!

Um comentário:

  1. Eu adoro está música. Essa expectativa de um encontro de duas pessoas que se conheciam e que agora são diferentes. Hoje, anos depois deste post fico vendo como você foi mudando cada vez mais profundamente... dá para ver pelos seus cabelos.

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