segunda-feira, 21 de junho de 2010

Procrastinação, ansiedade e o fluxo natural das coisas...

Fazem bem uns 4 meses desde o último post. Isso por si só trás a tona um questão interessante sobre o crescer: qual o prazo?
Sim, Qual o prazo?
Qual o prazo para arrumar um trabalho que lhe mantenha?
Qual o prazo para sair de casa?
Qual o prazo para encontrar alguém?
Qual o prazo para casar, ter filhos?
Qual o prazo para fazer aquela viagem, conhecer o mundo?
Qual o prazo para mudar de vida?
Qual o prazo para crescer?

A Alice do post anterior já dizia: Quando crescer vou escrever um livro, (e depois ela mesma se corrige) ops, espera, eu já cresci!

Eu mesma sou adepta dessa frase: Quando eu crescer eu faço isso! Solto ela ironicamente (tá, até com uma pontinha de verdade) várias vezes em inúmeras conversas. Como se dissesse: um dia eu faço isso, mas agora ainda não é o momento.

E assim, sigo adiando grandes e pequenas realizações: montar meu jardim, sair correndo na chuva de propósito, fazer uma viagem grande pela América do Sul, aprender francês, alemão, pintura, tai chi, comprar aquele carro, reformar meu apê, ter um gato, um marido, um filho, uma caixa de costura....
Acho mesmo que os dias vão passando e não nos damos conta do tempo (não vou tocar no conceito de tempo nesse post pois acho que é melhor dedicarmos muito mais tempo a esse assunto tão importante para este blog do que um simples parêntesis, rs).
Mas, voltando ao assunto, penso mesmo que de vez em quando acordamos e nos damos conta que, como a Alice, já crescemos. Aí chegamos no segundo ponto deste post: Uma ansiedade terrível!

Nesse momento parece que estamos vivendo em um daqueles filmes em que só se tem mais 1 mês de vida para ajustar as coisas. Nesta ansiedade desenfreada tropeçamos nos erros mais infantis e adolescentes:

0 à 2 anos - Sorrimos para qualquer um que nos ofereça o mínimo;

2 à 5 anos - Fazemos birra com quem não nos dá o que queremos (que digam nossos namorados, chefes, professores, gerentes de banco...);

5 à 8 anos - Somos egoístas;

8 à 12 anos - Ficamos cegos para o conceito de longo prazo pois parece verdade que o mundo vai acabar amanhã;

12 à 16 anos - Achamos mesmo que não há falta maior do que a estamos sentindo;

16 à .... anos - Achamos que nunca mais teremos outra chance.

Ok, tá certo, procrastinação não é bom, ansiedade menos ainda, mas então qual o tempo certo? Qual o prazo?

Vamos enxaminar uma história indiana recente. Na Índia, uma mulher de 70 anos deu a luz a seu primeiro filho. Aí você pode dizer, que loucura é essa?! A mulher é avó de seu próprio filho?! Tá, tá certo é bem estranho, mas o que quero mostrar aqui é que tudo é possível para todos nós em qualquer tempo desde que não estejamos presos ao tempo moral de cada coisa. De certo essa mulher não terá uma maternidade comum, mas terá uma incomum.

Acho que pensar assim, liberando-se do conceito moral do tempo, pode ser muito libertador para que não procrastinemos pois sabemos que o tempo que escolhemos determinará o tipo de experiêcia que teremos, nem fiquemos ansiosos pois entendemos que de toda a forma nossa vida será rica em experiências independente do tempo em que venham.

É difícil, mas vale a pena tentar exercitar esse raciocínio!

Um comentário:

  1. Sugiro um post com as 50 coisas para fazer antes de morrer. Os trinta estão chegando, sabe?

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