quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Esse blog é para mim quase um Trem noturno para Lisboa...

Já faz muito tempo, acho que na época estava indo para Recife e vi este livro no aeroporto. Na ocasião estava lendo a Fundação e por isso, apesar de ter achado a sinopse interessante, resolvi economizar os 50 reais.

Não deve ter passado uma semana vi a resenha do livro na IstoE. Resolvi que o compraria depois que lesse a Fundação por completo. Mas, no meio do caminho apareceu O mudo pós aniversário, Talvez uma história de Amor, Jardim de cimento, Amor para Sempre, Emma, Retrato de uma Senhora, Alice, O livro do desassosego e nem lembro mais quantos...

Ou seja, deve fazer pelo menos uns 8 ou 9 meses desde que deixei o livro em Recife com a promessa de comprá-lo em breve.

Esses dias, indo para São Paulo, não tinha nem um livro novo em casa para levar. Tanta coisa aconteceu entre setembro e outubro que nem me lembrava de ter ido a livraria desde antes da cirurgia... Resolvi que compraria algo no próprio aeroporto.

O entrar na livraria lá estava ele a minha espera. Um único exemplar!
Ainda vacilei pensando se seria o momento de lê-lo, mas terminei levando.

Ainda não terminei o livro. Confesso que ele não me ganhou 100%. Acho que em algumas partes Pascal Mercier exagera no drama sobre fatos que julgo cotidianos ou um tanto ordinários.

Mas há muitas passagens do livro de Prado (um livro dentro do livro) que são verdadeiras pérolas!

Enquanto crio coragem para transcrevê-las e comentá-las segue a orelha do livro:

Trem noturno para Lisboa se tornou fenômeno editorial na Europa, principalmente na Alemanha — onde ultrapassou a marca de dois milhões e meio de exemplares vendidos e ficou anos nas listas dos principais veículos —, TREM NOTURNO PARA LISBOA extrapolou as fronteiras da literatura. desde que foi publicado em 2004. Terceiro romance de Pascal Mercier, na verdade o professor de filosofia Peter Bieri, ganhou ares de expressão idiomática, usada para designar mudanças de vida. Mercier cria um personagem emblemático, o português Amadeu do Prado. Herói literário com o único objetivo de retratar seu criador. Invenção tão perfeita, que, nos últimos anos, muitos estrangeiros se deslocam para terras lusitanas em busca do escritor fictício. Raimund Gregorius, professor de línguas clássicas em Berna, se levanta no meio da aula, abandona a sala e toma um trem para Lisboa. Em sua bagagem está um exemplar de reflexões filosóficas escrito pelo médico português: Amadeu de Prado. Fascinado pelo livro, Gregorius decide investigar o autor. Em sua viagem encontra pessoas que ficaram marcadas por seu relacionamento com esse homem excepcional, que o conheceram como médico, poeta ou combatente da ditadura. Tudo começa numa manhã chuvosa, quando Raimundo Gregorius, um homem culto, professor de línguas clássicas, impede que uma mulher se jogue de uma ponte em Berna. O professor se encanta com os sons do balbucio incoerente da suicida. Ao questionar que língua é aquela, fica sabendo se tratar do português. Hipnotizado pela musicalidade do idioma, acaba por comprar um livro do autor português Amadeu Inácio de Almeida Prado, intitulado Um ourives das palavras. Uma reflexão sobre as múltiplas experiências da vida: solidão, finitude e morte, amizade, amor e lealdade.

Fascinado por Prado, Gregorius tenta compreender o misterioso escritor, um médico que morreu 30 anos antes.

A obsessão o faz largar sua rotina bem organizada e pegar o trem noturno para Lisboa. Numa descoberta do outro que acaba por ser uma descoberta de si próprio. Ao longo das investigações que o levam pelas vielas da capital portuguesa, ele encontra pessoas que conheceram Prado. E constrói a imagem de um médico e poeta admirável, que lutou contra Salazar. Gozou de enorme popularidade até salvar a vida de um oficial da polícia secreta. Depois disso, as pessoas que o veneravam passaram a evitá-lo. Na tentativa de se redimir, trabalhou para a oposição clandestina.

Gregorius se descobre antítese de Prado, um homem inquieto, capaz de desafiar os pontos de vista ortodoxos.

Agora, através de sua influência póstuma, o prudente professor é impulsionado a mudar. Mas o que significa conhecer outra pessoa, compreender outra vida? O que significa para o conhecimento de nós mesmos? É possível fugir da rotina?

Este romance é uma epopeia multifacetada de uma viagem através da Europa e do nosso pensar e sentir.

3 comentários:

  1. Oi Wendy!

    Comentei há pouco mas o blogger fez uma confusão, então não sei se o comentário chegou até você.

    Caso não tenha sido postado, nele eu dizia que também comprei este livro, comecei a ler e abandonei. Não me conquistou também. Agora está lá na estante, aguardando...

    Também agradecia a sua visita e o comentário. As vezes demoro muito pra postar pois gosto de "digerir" o livro pra "falar" dele. A leitura do 2666 está muito prazerosa mas lenta.

    Caso o comentário anterior tenha chegado até você, talvez nem precise aprovar este, né?

    Um beijo, espero que você esteja bem.

    Fernanda

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  2. Pois é Fernanda, ele realmente não prende a gente, né?

    Achei que era pela minha idade... Tanta gente na casa da idade do personagem ou mesmo no mesmo continente que ele falando tão bem do livro. Poderia ser um problema de identificação, meu problema.

    Na verdade, acho que é isso mesmo.

    Jovens e brasileiros talvez não são tão fechados ou restritos para fazer um drama por tão pouco. Mas há passagens que valem muito a pena. E como eu sou daquelas leitoras insistentes que não desistem nunca mesmo que no fim das contas seja para falar mal do livro, continuo lendo.

    Como você tem um exemplar vou postar depois as páginas com melhore reflexões, aí você pode fazer uma leitura seletiva, rs!

    Bom te ver aqui outra vez! Vamos nos falando,
    Wendy

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  3. Adorei a ideia da leitura seletiva! ;-)

    E sobre o livro "O Senhor Calvino" é fofo demais, eu gostei muito.

    beijos!!

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