quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Like a G6

Parece ironia do destino, mas em São Paulo, onde quer que fosse esses dias tocava o "diaxo" dessa música. Não vou me dignar a colocar a letra, que é sobre gente que bebe, já bebeu de mais e está achando que pode tudo e é a última cereja do bolo.

Mas... como ela não saí da minha cabeça, segue a trilha sonora da semana:


Eu e o G6: de volta a Salvador



No último capítulo desta novela, Wendy (eu) estava indo para São Paulo para obter uma terceira opinião sobre um sagramento interrupto (de 9 de abril à 23 de julho) mesmo com o uso do G6 (um implante hormonal usado para suspender a menstruação e bem recomendado nos casos de endometriose).

Desculpa a ironia mas essa é mesmo uma novela...

Enfim, cheguei a São Paulo.
Ar seco, dias de cólica, muito trabalho e consulta marcada.

O consultório de Dr. Carlos Sigolo fica no Paraíso em uma rua cheia de casinhas cada uma responsável por um determinado serviço médico. O atendimento é da beneficência Portuguesa. As salas são simples assim com o lugar. Nem uma ostentação.

A consulta custou 200 reais, mas sim ele atende planos de saúde. Bem diferente de alguns médicos especialistas que conheço.

Cheguei cedo com minha mãe (que me acompanhou na empreitada). Esperamos pouco para ser atendidas. Acho mesmo que entramos antes da hora.

Dr Carlos Sigolo é um senhor bem simpático. Depois da anaminese (contar toda a sua história médica) que eu e minha mãe já temos na ponta da língua, ele avaliou os últimos exames. O hemograma estava perfeito e o ultrassom feito dia 20 aqui em Salvador estava completamente limpinho.

"Você está MUITO BEM! Menina para o quadro que você apresentada você está extraordinária. Vamos dar uma olhada em você. Podemos?"

Ele deu uma olhada e disse que o colo do útero estava bem inchado. "Natural depois de 4 meses de sangramento. Suas dores também estão relacionadas com esse inchaço."

Por fim, disse: "Seu ginecologista quer que tire esse implante? Eu também lhe recomendaria o mesmo. Está lhe tratando, mas não 100%, então não adianta manter isso aí. Tira isso fora."

Ele ainda brincou sugerindo uma gravidez mas quando eu comentei que ainda era cedo ele disse o que faria: "No seu caso eu faria o seguinte. Não faria nada!" (Pausa para minha cara de espanto. Han?!) "Não faria nada. Seu quadro está ótimo. não usaria nada. Faria apenas uma acompanhamento de três em três meses e se algo surgisse entraria com XXXX (vou ficar devendo o nome da droga, não é a groselerina do Zoladex, mas tem efeitos similares) por seis meses."

Saí meio em estado de choque. Como assim fazer nada? Como assim passar pela menopausa cada vez que aparecesse algo? E as aderências? E os focos que não aparecem no ultrassom? E todo o medo? Cadê a ideia de profilaxia: prevenir para não remediar?

Respeitei muito a opinião dele, mas definitivamente não é para mim!

Hoje tenho consulta com o médico que pediu a colocação do implante e amanhã já marquei a retirada. A primeira parte do conselho eu segui.

Mas em relação ao que farei depois... Vou ouvir o concelho do meu ginecologista e tentar as pílulas de uso contínuo até acertar.

Mais vale um ovário na mão do que dois voando, não?